quinta-feira, 20 de setembro de 2012

De verde, os periquitos

A caminho de casa, percorrendo o trajeto de uns vinte quilômetros que ligam o contorno de saída cidade até o batente da entrada da cozinha de casa, é impossível que não se note o ansioso contraste que inconscientemente se projeta em minha visão, de uma rama verde solta no universo cinza que cobre a depressiva geografia do solo dos campos, marginais à rodovia.

Dizer que isso é trise é redundância. Redundância anual da cena de fim de tarde de uma vaca sendo arrastada pelo trator, morta pela fome e sede, pelos terríveis males que estas senhoras comportam, a ser levada, puxada indigentemente, ao cemitério dos bichos, as várzeas de lagoas tórridas, ou aos leitos das estradas.

É bom para de escrever: a tristeza é mais que redundante e o pontinho verde que avisto às "ameidias" é um periquito de coloração surreal, verde claro no papo com asas e rabo em verde-escuro.

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