quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Grandes trechos

Caro leitor, a ideia não é minha. Vasculhando blogs e sites da internet, encontrei uma forma bem prática e prazeirosa de ler os grandes gênios da nossa literatura. 

Apresento abaixo e ficarei sempre postando aqui trechos de grandes obras das literaturas brasileiar e portuguesa. Como estou homenageando este mês o ilustre escritor Guimarães Rosa, deixo ao vosso dispor, em seguida, passagens do romance Grande Sertão: veredas. São majestosos ensinamentos e reflexões que lhe farão senão o bem, levarão-lhe à reflexão.

O senhor ache e não ache. Tudo é e não é ...

Passarinho que debruça – o voo já está pronto.

Sou só um sertanejo, nessas altas ideias navego mal. Sou muito pobre coitado. Inveja minha pura é de uns conforme o senhor, com toda leitura e suma doutoração.

Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.

Deus é paciência. O contrário é o diabo.

O mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando.

A gente quer passar um rio a nado, e passa; mas vai dar na outra banda é num ponto muito mais embaixo, bem diverso do em que primeiro se pensou. Viver nem não é muito perigoso?

Quem-sabe, a gente criatura ainda tão ruim, tão, que Deus só pode às vezes manobrar com os homens é mandando por intermédio do diá?

O que não é Deus, é estado do demônio. Deus existe mesmo quando não há. Mas o demônio não precisa de existir para haver – a gente sabendo que ele não existe, aí é que ele toma conta de tudo.

Cavalo que ama o dono, até respira do mesmo jeito.

Quem desconfia fica sábio.

Passarinho cai de voar, mas bate suas asinhas no chão.

Ser ruim, sempre, às vezes é custoso, carece de perversos exercícios de experiência.

O espírito da gente é cavalo que escolhe estrada.

Medo, não, mas perdi a vontade de ter coragem.

Um comentário:

  1. Como sempre espetacular, se em nosso país existisse ao menos 10 milhões de pessoas com sua capacidade e inteligência não seriamos mais um país de terceiro mundo, mas sim um de primeiro.

    Marlon

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